quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sala de embarque.


24 de Agosto de 2010.


Sala de embarque. O relógio marca 01:22h. Sinto sono, cansaço. Avião atrasado. Internet sem sinal. DROGA!!!....Essa merda tá sempre assim esses tempos. Ligo o computador pra me distrair em vez de dormir numa posição desconfortável na cadeira, a primeira idéia foi roubar um sinal de internet de algum vizinho...Sem sucesso. Paro pra pensar, resolvo escrever. Colocar num papel ou na tela de um computador alguns pensamentos , palavras, impressões, pra ver se o tempo passa menos lento...

Impressões que, há muito, eu não destinava a devida atenção. É que, ultimamente, os dias são tão corridos, tão trabalhados, suados, estudados....não resta muito tempo nem pra pensar, parar e analisar as coisas, as pessoas, situações, encontros, desencontros, chegadas e partidas. Partida. Palavra recorrente nos últimos tempos. Palavra doída, azeda, amarga, sei lá...dá um vazio no peito cada vez que escuto, um desconforto, um nó, uma coisa que acostuma, mas não para de incomodar. Esse ir e vir constante deixa uma sensação de perda e ganho eterno, de ter e não ter, de estar presente, mas distante. Deixa a gente um pouco deprimido. Então penso nas vitórias. Ô palavra bonita essa....Vitória. Não é a toa que vira nome de tanta gente. Que a gente precisa perder pra ganhar todo mundo sabe. Todo mundo fala disso o tempo todo. Eu...eu não quero ter que perder nada. Quero amigo, amor, família, dinheiro, viagem, tudo ao mesmo tempo, mas não é assim que funciona. Por quê? Não sei...mas, definitivamente, não é. Quero voltar, quero beber numa terça-feira seis da tarde com um amigo, ou com mais de um, quero ter risadas constantes, quero encontrar aquela pessoa, sim, “aquela”, que não vejo há tanto, nem que seja só pra dizer oi, dar um abraço ou coisa assim, quero festa e alguém que me dê um ombro sempre que precisar, e como eu tenho precisado algumas vezes...

Mais uma vez, perdas e ganhos, esse negócio de pensar no futuro não funciona muito bem pra pessoas imediatistas, acho que é coisa de impulso, do signo, sei lá, sei que sou desse jeito, quero tudo agora e pra ontem. E é por isso, amigos, que vou ficando por lá e voltando por aqui, e me dividindo e deixando um pedacinho em cada canto, uma saudade em cada lugar, daquela que faz escorrer uma lágrima do canto do olho...

Embarque autorizado.

Um comentário:

AídaMello. disse...

O que existe de mais belo na tua alva alma é o amor que se faz presente e intenso por toda a tua existência. Bem aventurados sejam os que amam demais.